Develop interest in life as you see it in people, things, literature, music - the world is so rich, simply throbbing with rich treasures, beautiful souls and interesting people. Forget yourself. - Henry Miller

domingo, 15 de abril de 2012

Pezinhos à Chaplin!


Pezinhos à Chaplin!, diz a professora de ballet às suas bailarinas. Todas elas sabem, ao ouvir a ordem da professora, que devem colocar os seus pés para lados opostos criando uma linha reta.
Essa postura pertence à personagem de Charlie Chaplin, conhecida como Charlot – The Tramp. Desde sempre que a personagem se confunde com o realizador, ator e compositor.
Que personagem é esta? Charlot! Um vagabundo modesto e romântico? Um sem abrigo mudo e infantil? Um cómico íman de problemas? 
O Charlot é o menino que Chaplin foi quando ficou órfão à força devido ao enlouquecimento da sua mãe. É o menino que assistiu à obsessão da sua mãe em esmigalhar o pão para ter comer para si e para o seu irmão. É a criança que viu a loucura da sua mãe tomar conta da sua carreira como cantora. É a criança que se tornou cantor e comediante para sobreviver à vida.
Em O garoto de Chaplin (The Kid) de 1921 vemos um Charlot paternal que mostra o sofrimento da separação de um pai e um filho à semelhança da vida do próprio realizador. Em quase todos os filmes protagonizados pela sua personagem ícone a fome está presente, seja em A quimera do ouro (The Gold Rush) de 1925, na famosa cena em que o vagabundo come com o seu companheiro de aventuras um sapato cozido ou na cena em que o seu amigo completamente esfomeado vê Charlot na forma de uma galinha, ou ainda na curta metragem A vida de um cão (A dog’s life)de 1918 em que Charlot rouba comida para se alimentar e ao seu cão.
A velhice e o declínio na vida de um artista foram sombras que Chaplin viu na vida da sua mãe e que volta a abordar no filme Luzes da Ribalta (Lime Light)de 1952, onde um velho artista encontra uma nova esperança ao ajudar uma jovem bailarina a recuperar da depressão. 
As roupas gastas e sujas do the little tramp foram em tempos as roupas do menino que foi. Apesar de todo o sofrimento que podemos vivenciar ao ver os filmes de Charlie Chaplin sentimos ao mesmo tempo um humor genial e um sorriso especial. 
O sorriso genuíno do vagabundo é a maior dádiva e o maior conselho que Charlie Chaplin nos deixou.

Geraldine Chaplin & Oona Chaplin (filha e neta de Chaplin) cantam Smile

Smile, though your heart is aching. Smile, even though is breaking. When there are clouds in the sky you’ll get by. If you smile through your fear and sorrow. Smile and maybe tomorrow you’ll see the sun come shining through. Light up your face with gladness. Hide every trace of sadness. Although a tear may be ever so near. That’s the time you must keep on trying. Smile, what’s the use in crying? You’ll find that life it’s still worthwhile if you just smile. - Charlie Chaplin


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